quinta-feira, 25 de março de 2010

S. Romão - Roteiros turísticos aconselhados


Subida à Serra pela Srª. Desterro


Podemos visitar a cabeça da velha, que fica no pequeno desvio à esquerda quando se chega à entrada da Srª do Desterro subindo desde S. Romão.
Podem visitar-se as várias capelas ali existentes, o antigo forno comunitário (hoje restaurante típico) , atravessar a ponte sobre o Alva e chegar à Central Eléctrica da Srª do Desterro.

Continuando a subir, passaremos pela cabeça do velho, e no alto, poderá ver-se a Central Eléctrica do Sabugueiro e a própria aldeia, que ainda que a 1.200 metros de altura, parece estar baixa em relação à estrada onde rodamos. É uma viagem encantadora, entre granito e pinhais, e por vezes, vêem-se raposas atravessando as estradas, olhando-nos e parecendo admiradas com a nossa presença.

Aldeia do Sabugueiro


Ao chegar à estrada que vem de Seia para a Covilhã, no Cocharil a 1.300 metros de altitude, há que virar à direita na direcção da Lagoa Comprida, que fica a 1.500 metros. Continuaremos a subir, passando pela fonte dos perus (1.800 metros ), e veremos à direita da estrada, a garganta de Loriga, aberta por um glaciar, as pistas de esqui e chegaremos à Torre.


Lagoa Comprida
Na estrada da Torre para as Penhas da Saúde encontramos a imagem de Nossa Senhora dos Pastores esculpida na rocha de granito.

Nossa Senhora dos Pastores
No alto da Serra, a 1991 metros de altitude, encontra-se o Centro Comercial mais alto de Portugal, instalado nas antigas, mas actualizadas, instalações da Força Aérea. Há um restaurante e várias lojas de artigos regionais. Na Torre, existe um posto da GNR e telefone público. A vista é espectacular, pois na verdade quem aí estiver, está no ponto mais alto de Portugal continental, a 2.000 metros de altura.

Torres do antigos radares da Força área e Capela da antiga esquadra 13
Descemos a Serra pelo Sabugueiro, a aldeia mais alta de Portugal, onde pode comprar-se autênticos cães da Serra e artigos regionais, comer cabrito assado , pão de centeio e queijo da serra.

Continuemos a descida por Seia para voltar a S. Romão. Em Seia pode visitar-se o antigo castelo e igreja matriz, a Igreja da Misericórdia, a capela românica e a biblioteca.


Igreja Matriz de Seia
Seia é actualmente cidade, e foi reconquistada aos mouros por Fernando Magno de Leão no século XI.

Viagem de São Romão à Torre, Penhas Douradas e Manteigas

Seguir pela estrada da Guarda e virar à direita , no cruzamento para Gouveia. Podem visitar-se os jardins, o Museu Abel Manta, o edifício da Câmara Municipal, antigo colégio dos Jesuítas e a biblioteca. Pode almoçar-se no Júlio que é um restaurante excelente para comida típica serrana. Continuemos a subir para as Penhas Douradas.

Nascente do rio Mondego - Mondequinho
Um pouco antes das Penhas pode ver-se a nascente do rio Mondego. Das Penhas pode baixar-se até à barragem do Vale do Rossim, que é uma excelente praia fluvial para a época de Verão. Daí, voltemos para Manteigas, passando pela Pousada de São Lourenço, donde se disfrutará uma excelente vista para o vale.

Praia Fluvial do Vale do Rossim
Visite a vila, a igreja matriz, a biblioteca , À saída de Manteigas, podem ver-se os viveiros de trutas e subindo para a Torre, podemos caminhar ao lado do glaciar de Manteigas, o vale do rio Zêzere, cuja água dá de beber a Lisboa, passando pela Nave de Santo António e Piornos onde fica instalado o Centro de Limpeza de Neve .


Vista de Manteigas
No caminho para a Torre, iremos passar por um túnel, aberto em 1962. Chegamos então à Senhora dos Pastores e Cântaro Magro, um imenso penhasco de granito. Da torre, baixemos pelo Sabugueiro até Seia e depois, até S. Romão.

Viagem de São Romão a Linhares regresso por Melo, Folgosinho e Seia


Siga pela estrada da Guarda até Carrapichana e encontrará o desvio para Linhares. É um local de sonho ! Parado no tempo medieval, com o seu castelo fortemente encastoado no granito, a 810 metros de altitude, as suas ruas estreitas, as suas casas ancestrais em granito, o bairro judeu, os seus arcos e passagens estreitas, parece cenário de filme da idade média.
Castelo de Linhares

A igreja matriz, de traços românicos tem três belas e notáveis tábuas de pintura atribuídas a Vasco Fernandes ( Grão Vasco ). A igreja da Misericórdia, também em estilo românico, o solar dos Pinas , o palácio dos Corte Reais ( actualmente pousada ) e a casa de Brandão de Melo e Correia Furtado, são dignas de visita.



Pousada do Inatel
Linhares foi condado dos Noronhas, condes de Linhares e depois Duques, cantados por Camões num dos sonetos dos Lusíadas, mas que caíram em desgraça quando da restauração da independência, por tomarem o partido de Filipe IV.

A Dama de Pé de Cabra

« À entrada de Linhares da Beira havia uma casa onde residia D. Lopa e sua criada. Esta viúva tinha origem nobre, mas era muito piedosa. Um dia, Stº António bateu-lhe à porta, apresentando-se como mendigo e deixou-lhe um alerta :

"- A sua criada é diabo disfarçado e quer roubar a sua alma. Cubra o chão da cozinha com cinza durante a noite e verá..." Na manhã seguinte havia marcas de bode no percurso feito pela aia! Com um crucifixo, a fidalga enfrentou-a. Esta desapareceu, por magia. Incrédula, a Dama penitenciou-se até morrer.»


Casa da D. Lapa (Lenda )
«A casa transformou-se posteriormente em Albergaria, onde também funcionou o Hospital da Misericórdia , o Hospício e a Roda dos Expostos, sendo actualmente uma residência particular. Exteriormente pareece uma fortaleza, com uma entrada servida por um arco de volta perfeita, encimada por um nicho do Sto António. Na cornija existem duas gárgulas que representam personagems míticas: a cabra e o diabo, que terão sido inspirados dessa lenda.»

Santo António


O visitante, pode sonhar um pouco e sentir-se transportado até à idade média, contemplando os cavaleiros mouros de Zurara e os cristãos cavalgando e combatendo pela posse daquelas terras.

Pode regressar por dentro da Serra, passando por Melo - terra de Virgílio Ferreira - e Folgozinho onde há um excelente restaurante.

Daí chegará a Gouveia, e pode regressar a S. Romão, passando por Moimenta da Serra, Santa Marinha e Seia. No verão há diversas provas de parapente em Linhares.


Viagem de São Romão ao Piódão

Siga de S. Romão pela estrada de Loriga, mas ao chegar à portela do Arão, a 964 metros, no ponto onde a serra passa de granito a xisto, vire à direita e baixe, passando pela bonita aldeia de Cabeça, um presépio incustrado na beleza da serra, até Vide. Saíndo de Vide siga pela estrada do Piódão. É um passeio interessante, para um dia inteiro.

Aldeia de Cabeça
Cabeça é uma aldeia pertencente á União de Freguesias de Vide e Cabeça, concelho de Seia, com 8,55 km² de área e 178 habitantes (2011). Densidade: 20,8 hab/km². Durante muitos anos foi conhecida como São Romão de Cabeça. Pertenceu ao concelho e à freguesia de Loriga.

Elevada a Freguesia por Alvará de D. João VI de 13-01-1800 e em 12-05-1806 oficializaram a desanexação da paróquia de Loriga. A sua população vive em grande parte da agricultura e dapastorícia.

Vista espetacular da Aldeia de Cabeça
Devido à reorganização administrativa do território das Freguesias, foi publicada em Diário da República a lei nº. 11-A/2013, de 28 de Janeiro, que extingue a Freguesia de Cabeça e a agrega á Vide,passando a nova Freguesia a chamar se "União das Freguesias de Vide e Cabeça".

Aldeia de Piódão

Piódão é uma freguesia portuguesa do concelho de Arganil, com 36,57 km² de área e 178 habitantes (2011). Densidade: 4,9 hab/km². A freguesia inclui as seguintes aldeias e quintas: Piódão, Malhada Chã, Chãs d'Égua, Tojo, Fórnea, Foz d`Égua, Barreiros, Covita, Torno, Casal Cimeiro e Casal Fundeiro.

A aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem as tradicionais paredes de xisto, tecto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul. 
O aspecto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”.

Os habitantes dedicam-se, sobretudo, à agricultura (milho, batata, feijão, vinha), à criação de gado (ovelhas e cabras) e em alguns casos à apicultura.

A flora é em grande parte constituída por castanheiros, oliveiras,pinheiros, urzes e giestas. A fauna compõe-se, sobretudo, de coelhos, lebres, javalis, raposas, doninhas, fuinhas, águias,açores, corvos, gaios, perdizes e pequenos roedores.
Igreja matriz e casas em xisto
Actualmente, a desertificação das zonas do interior afecta praticamente todas as povoações desta freguesia. As populações mais jovens emigraram para o estrangeiro ou para as zonas litorais à procura de melhores condições de vida, regressam às suas origens, sobretudo, durante as épocas festivas para reviver o passado e se reencontrarem com os seus congéneres.



Aparentemente remota, até finais do século XIX encontrava-se na principal estrada comercial entre Coimbra e a Covilhã, tendo ficado esquecida após a construção de novas estradas, estando agora a voltar à vida com a ajuda dos fundos da UE.

Em Piódão, aldeia histórica, com as suas casas e ruas em xisto, há vários restaurantes e diversas lojas.


Viagem de São Romão à Igreja de Lourosa


Visite Lourosa, no concelho de Oliveira do Hospital. Lourosa fica 25 Kms de S. Romão, 12 de Oliveira do Hospital, e tem uma igreja moçárabe, a igreja de São Pedro, construída em 912 e reconstruída pelo Estado Novo nos anos 30.


É única no estilo em Portugal e vale a viagem.

Damião Peres na sua edição monumental da História de Portugal, dedica-lhe várias páginas de texto e inclui 13 fotografias e planos, chamando-lhe "monumento notabi-líssimo".

O cemitério escavado por debaixo da igreja é romano, o pórtico é visigótico e no seu interior encontram-se 10 impressionantes arcos românicos em forma de ferradura e um "ajimez" ( janela mourisca ). Infelizmente, e segundo se pode ler nos seus livros de registro, só é visitada por estrangeiros, que segundo o que escreveram, vêm de longe só para a visitar.


Nave central da Igreja - Arcos românicos em forma de ferradura

Quando chegar a Lourosa, toque o sino na torre sineira, para que senhora que cuida da igreja, venha dos seus trabalhos e lhe abra a porta . É interessante a pia baptismal, no chão, à entrada da igreja e que aproveita uma nascente de água natural.

Sarcófagos no granito
Poderá ver sarcófagos abertos no granito, no antigo cemitério da igreja. Leia a pedra que indique o ano de construcção da Igreja - DXXXXV - que em números romanos indicava o ano 950 da era de César, mas que para nós, depois do decreto de D. João I, corresponde ao nosso 912 DC


Pedra do ano de construção da Igreja - DCCCCL (950) Era de Césr - Ano 912 da Era Cristã
Arco de Bobadela

De regresso para S. Romão, pode passar por Bobadela, também no concelho de Oliveira do Hospital, e ver o arco romano de Bobadela, que fica em frente da Igreja Matriz e os restos dum antigo anfiteatro ou coliseu romano.

Arco romano de Bobadela
Antigamente foi da câmara de Linhares e pertencente à Casa do Infantado, que apresentava o prior, o qual tinha de renda 300$000 rs. Foi concelho, tendo dois juízes ordinarios e câmara. A terra é muito fértil e saudável.



Diz o cronista: «Em tempos remotos Bobadela foi cidade, ou pelo menos povoação muito populosa, pelo que se vê em seus arrabaldes, em que se encontram pedras lavradas, colunas e outros objetos antiquissimos em grande quantidade. 
Dentro da vila, ainda existia há anos um arco de pedra lavrada de muita magnificância e antiguidade, que indicava ser porta de muralha. Ignora-se que cidade seria ou por que nome seria conhecida.

A igreja de três naves é muito antiga, assim como a capela do Santo Cristo, que tem a parede feita de arcos hoje tapados, exceto o que serve de porta. Fica perto do adro da matriz, muito extenso, cheio de sepulturas e de grande quantidade de pedras à maneira de marcos lavrados. Aos lados, cabeceiras e pés de todas elas se vêem lavradas cruzes como as das comendas. 

Julgava-se que nas proximidades houve grande batalha contra os romanos ou os mouros, e que tais sepulturas pertencem aos cavaleiros lusitanos mortos na peleja. As contínuas guerras da Idade Média portuguesa destruíram tanto a vila que em 1750 contava somente 78 habitantes. Mas como vila portuguesa, é antiga, pois D. Afonso III lhe deu foral na Guarda em 1256; e D D Manuel I foral novo em Lisboa em 15 de outubro de 1513.

Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 634 habitantes.

2 comentários:

  1. Boa Tarde,

    Pretendia dar a minha colaboração com dados históricos no âmbito do projecto de investigação "Fazer a História de São Romão até ao ano 2010", a decorrer desde 1988.

    Agradecia que colocasse o seu e-mail no Perfil.

    Cumprimentos de

    Carlos Dobreira

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  2. O meu e-mail é atoleiros@gmail.com ou
    atoleiross@yahoo.com.br

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