sexta-feira, 19 de março de 2010

O Buraco da Moura - Ribeira da Caniça





O Buraco da Moura

A gruta

Formada por blocos graníticos caídos devido à grande inclinação do vale e moldada pela passagem da água, a Gruta do Buraco da Moura é um fenómeno raro cheio de interesse. Conta com várias passagens e salas com uma progressão total de 150m, onde se podem até encontrar formações ferrosas que se assemelham às encontradas em grutas calcárias.

Para além do interesse geológico, a gruta tem ainda interesse arqueológico.

O povoamento da área de São Romão começa a ser arqueologicamente detectável a partir do final do terceiro milénio a. C., altura em que se verifica uma primeira presença de pastores na serra, cuja acção se traduz numa desflorestação parcial dos seus andares médio e superior. Consentâneos com esta datagem, no Buraco da Moura foram encontrados materiais que podem representar a presença de gentes que procuravam o acesso tradicional à serra pelo interflúvío do Alva e da Caniça.

A maior parte dos achados foram restos de cêramica da Idade do Bronze e da época medieval, para além de 2 moedas e uma fivela desta época, o que atesta a constante ocupação do local. Pela natureza e simplicidade dos achados a gruta seria principalmente usada como abrigo para os pastores.

O caminho para a Gruta

Cascatas da Caniça


Para chegar até ao Buraco da Moura devem deixar o carro na Praia Fluvial da Caniça, acessível por estrada desde Lapa dos Dinheiros. 

Daí devem seguir a pé pelo estradão e depois por um caminho que segue a levada, virando à esquerda em N 40º 23.126 W 007º 41.901.

Quando chegarem a uma grande afloramento estão quase lá! As coordenadas publicadas são as da entrada da gruta, caso tenham dúvidas vejam a foto acima. 

O próprio caminho em sí tem interesse e se continuarem pelos 50m restantes irão chegar a um miradouro com vista para as Cascatas da Caniça.



A Cache

Para encontrar a cache é necessário entrar na gruta. Para tal é obrigatório não ir sozinho, ter capacete (nem que seja de BTT) e lanterna frontal (lanterna de levar na cabeça, disponíveis em qualquer loja das várias cadeias de artigos desportivos). Sem capacete podem magoar-se a sério e uma lanterna normal, para além de limitar os movimentos, pode cair e deixar-vos sem luz.

Caso esteja a chover muito ou vá chover não entrem na gruta

Devem levar roupa e calçado que se possa sujar, sendo ainda recomendável que levem luvas.
Dentro da gruta vão encontrar várias aranhas, não lhes façam mal e tentem não as perturbar (se precisarem de desviar alguma façam-no gentilmente e verão que elas nem adoptam uma postura agressiva).
Entrada da Gruta

Atenção - Esta gruta é labiríntica e tem passagens perigosas e escorregadias. Não devem tentar explorá-la para além do caminho para a cache sem terem o equipamento adequado e experiência em espeleologia. 

Para chegarem até à cache devem entrar e manter-se à direita, passando à direita do cone de escorrências que dá para um buraco (muito cuidado neste ponto) até encontrarem um bloco redondo com S1 escrito a azul. 

À esquerda desta marcação há uma fenda que devem atravessar. Depois da fenda contornem o bloco da esquerda, a cache está no topo deste numa fissura diagonal, atrás de uma pedra redonda.

Descrição

Guarda/Seia/São Romão
Período:Neolítico AntigoCalcolíticoIdade do Bronze - MédioIdade do Bronze - Final e Medieval Cristão
Descrição:Cavidades naturais entre penedos graníticos, formando uma sequência de salas e corredores ou passagens de ligação, utilizadas como habitat durante uma longa diacronia que se estende provavelmente do Neolítico Final à época tardo-medieval, altura em que a entrada terá sido obstruída. Encontram-se bem documentados os períodos Neolítico antigo, Calcolítico e Bronze Pleno e Final.
Meio:Terrestre
Acesso:Situado junto à ribeira da Caniça, na vertente sul do Cabeço do Castro, elevação encaixada entre aquela ribeira e o rio Alva.
Espólio:Moedas. Artefactos e obectos em metal (ferro e bronze). Mós manuais. Cerâmica lisa e com decoração penteada e brunida. Contas de colar em xisto e "pedras verdes". Artefactos em pedra polida e lascada (pontas de seta, lâminas, etc.)
Depositários:Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa


1 comentário:

  1. Quando saí para o exterior, tive um problema: apenas depois da terceira lavagem a minha roupa perdeu a cor que tinha ganho lá dentro, durante quase uma hora de exploração em ambiente de formação. Os conselhos aqui explicitados devem ser, de facto, seguidos podendo resultar em danos sérios ou até perca da orientação dentro da gruta. Nunca a explore em modo solitário.

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