domingo, 28 de março de 2010

Vila de São Romão



Freguesia do concelho e comarca de Seia, do distrito e diocese da Guarda. Orago Senhora do Socorro. Dista 3 km de Seia, 26 Km de Nelas e está situada na Serra da Estrela a cerca de 600 metros de altitude e a 1 Km da Margem direita do rio Alva, no coração das Beiras.

Até 1834, quando da reforma do território, S. Romão foi vila e concelho. Tem actualmente cerca de 6.000 habitantes. Foi em S. Romão que Silva Gaio localizou o seu romance, "Mário".

S. Romão Recursos naturais

Estando localizado na zona de maior pluviosidade portuguesa, a Serra da Estrela, com uma precipitação anual de cerca 3000 mm, a maior riqueza de S. Romão é a água, que se ouve e vê correndo por todos os pontos da serra, e alimenta generosamente, como uma dávida divina para estas terras, todos os tipos de vida aqui existentes. Junto de S. Romão há importantes centrais hidroeléctricas

que fazem parte do grupo de produção da Serra da Estrela, Sabugueiro I e II, Sª.do Desterro I e II, Ponte dos Jugais e Vilacova.

Foi em 1908 que foi concedida a primeira concessão da bacia hidrográfica do rio Alva na Serra da Estrela, à Empresa Hidro-Eléctrica da Serra da Estrela. Sendo portanto das primeiras centrais hidroeléctricas portuguesas e das primeiras zonas do país a serem electrificadas.

Todas foram recentemente modernizadas ( Veja-se Museu da Electricidade em Lisboa ) e aproveitam ao máximo, em barragens sucessivas, as quedas de água do Alva. A potência instalada deve rondar hoje, os 25.000 Kw. Actualmente há um museu na Senhora do Desterro sobre a história da Hidroelétrica.

S. Romão Histórico

O povoamento de São Romão começa a ser detectável a partir do final do terceiro milénio A.C.. O Cabeço do Crasto ou Castro e o Buraco da Moura são os pontos mais importantes do património arqueológico desta região..Estas zonas foram ocupadas já na Idade do Cobre ( Buraco da Moura ), na Idade do bronze, e foram também habitadas durante a ocupação romana.

A estrada romana de Emerita - Norba - Egitania - Veseo ( Ver História de Portugal -A.H. de O. Marques ), com as suas vias secundárias de acesso às zonas mineiras da Serra - Minas de estanho de de Sazes da Beira e Vila-Cova-à Coelheira - devia passar perto de S. Romão, e são muitos os vestígios dessa ocupação nesta zona.

Pontes romanas de Vila Cova, Sandomil, Loriga, o arco de Bobadela ( Monumento Nacional) e muitos outros . As minas de estanho de de Sazes da Beira e Vila-Cova-à Coelheira já deviam ser exploradas pelos romanos.

Conquistadas depois pelos árabes, as terras de S. Romão foram reconquistadas para os cristãos por Fernando Magno de Leão, cerca de 1057.

D. Afonso Henriques, em Dezembro de 1138, couta o lugar para si próprio, segundo limites que seguem de perto os da freguesia actual. Em 1401, D. João I deu S. Romão e lugares vizinhos ao seu filho, o Infante D. Henrique. Em 1527 no Cadastro da População do reino, S. Romão aparece com o título de Vila com 112 moradores.

Em 1679 na relação de vilas, concelhos e lugares da correição da Guarda aparece esta cidade com 533 vizinhos, depois Covilhã com 820, Manteigas com 443, Gouveia com 315, São Romão com 290 ( cerca de 1.200 habitantes ) e só depois de Melo, Linhares, Lagos da Beira, Celorico, Valezim, Folgozinho, Santa Marinha e Longa, aparece Seia ( actual sede do Concelho ) com 119. (Ver História de Portugal de Veríssimo Serrão - Vol V - Pag. 348).

São Romão - (da Wikipédia)

São Romão é uma freguesia portuguesa do concelho de Seia, com 17,92 km² de área e 2743 habitantes e densidade de 153,1 habitantes/km²;.Recostada nas abas da Serra da Estrela, avistando-se o Caramulo a oeste, a seus pés estende-se a várzea da Assamassa, irrigada pelas águas vindas do Rio Alva que, desde 1674, deram força aos "engenhos" moageiros e de manufactura das lãs.

Isso mesmo abonam os seguintes números: as "Memórias Paroquiais de 1758" do padre Luís Cardoso referem 28 moinhos e 11 pisões; em 1789, o "Livro de Varejo (inspecção) dos Panos da Villa de Sam Romam" registava 85 fabricantes. Seis (6) enormes rodas hidráulicas, activas até há quarenta anos, proporcionavam energia a outras tantas fábricas. Uma delas, fundada em 1858, tem-se mantido ininterruptamente na mesma família.

A cultura do milho era a maior riqueza agrícola desta terra. Mas, nos últimos vinte anos, as pastagens tomaram o lugar dos milharais, e os rebanhos vão pontuando a paisagem que, socioeconomicamente, é agora completamente diversa.

Origens (Wikipédia)

Há indícios arqueológicos que provam a existência de povoamento, mais de 3000 anos antes de Cristo. Tudo indica que o S. Romão actual teve origem num castro existente no "Cabeço do Crasto". Este monte, devido à sua situação privilegiada, foi conquistado e ocupado pelos Romanos, cujos vestígios ainda são bem visíveis. Os habitantes do "Crasto" desceram à planície e, dedicando-se à pastorícia e à agricultura, foram povoando as imediações dos terrenos agrícolas, estabelecendo-se preferencialmente na zona de transição entre a montanha e as terras de cultivo.

Tudo isto aconteceu à vista do "monte romano"– o "Crasto". E, como Romão, o santo soldado, também era romano, não é de estranhar que, ao pé do "cabeço romano", surgisse uma povoação com o nome de São Romão.

Há notícia de, em 1057, ter sido reconquistada aos mouros por D. Fernando, o Magno. Em 1106, os pais de D. Afonso Henriques concederam carta de povoamento de S. Romão a dois presbíteros, João e Fafila. Estes, por sua vez, doaram todas as terras que aqui possuíam, e eram muitas, ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em 1138, D. Afonso Henriques confirma a doação e dá carta de couto da «ermida de S. Romão» ao predito mosteiro. Tendo fundado aqui um convento, os frades de Santa Cruz ocuparam-no em junho de 1142.

Senhor de algumas povoações e vastas terras nesta região, o Mosteiro de Santa Cruz concedeu carta de foro aos habitantes de S. Romão em 1144. Com este primeiro foral, estavam lançados os fundamentos da Vila de São Romão.

Foi sede de concelho entre o século XIII e 1836. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1426 habitantes.

A lei 11-A/2013, extingue a Freguesia de S. Romão e a agrega numa nova freguesia, chamada "união
das freguesias de Seia, S. Romão e Lapa dos Dinheiros", com sede na vila de S. Romão.1

Cronologia (Wikipédia)
  • Viriato – De 147 a 139 a. C. , fez do "Crasto" uma das suas bases estratégicas na luta contra os Romanos.
  • D. Fernando Magno – Em 1057, reconquista S. Romão aos mouros
  • Condes D. Henrique e D.Teresa – Em 1106, concedem carta de povoamento aos presbíteros João Cidiz e Fafila
  • D. Afonso Henriques – Em 1138, « faz Carta de Couto à Igreja de Santa Cruz da Ermida de São Romão»
  • S. Teotónio – Em 1142, funda um convento, dependente de Santa Cruz de Coimbra, o qual veio a ser senhor de vastas terras, pois que do "Livro Santo" constam cerca de meia centena de registos, entre compras e doações recebidas. Santa Cruz concedeu Carta de Foro (Foral) aos habitantes da «Villa da Sam Romam», em Outubro de 1144.
  • D. Paio Godinho – Primeiro Prior do convento de S. Romão, aí chegou em 24 de Junho de 1142, acompanhado de nove cónegos. Em 17 de Fevereiro de 1196, os Mouros puseram cerco ao convento, vindo a perecer, queimados, os cónegos e o seu Prior. Diz a tradição que foi no local do "Purgatório". Em 1226, já estava reconstruído.
  • Egas Moniz – Prometeu a N. S. da Estrela a fundação de um mosteiro, o qual veio a ser edificado por seu filho, Lourenço Viegas. Nele se instalaram os monges de Cister
  • D. Afonso III – Em 1258, as Inquirições Afonsinas confirmam as doações dos reis anteriores
  • D. João I – Em 1433, confirma igualmente aquelas doações
  • Infante D.Henrique– Por doação de D.João I, seu pai, torna-se senhor de S.Romão
  • D. Manuel I – Concede Carta de Foral em 24 de Janeiro de 1514
  • D. Diogo da Silva, 1º Conde de Portalegre – Torna-se donatário de S. Romão, por mercê de D. Manuel I
  • Marquês de Marialva, herói da Restauração – Doa aos pobres a sua propriedade das «Septimas» (in Foral Manuelino) ou "Sítimas"
  • D. Miguel – Na guerra civil – Liberais/Miguelistas – São Romão tomou o partido de D. Miguel. A derrota deste pesou, com certeza, na posterior extinção do Concelho de São Romão.
 A Capela de S. Romão

Como em 391, Teodósio I (379-395) oficializou o cristianismo nos territórios romanos e perseguiu os dissidentes, S. Romão que pertencia ao Império Romano, teve que cristianizar-se. Assim, pela antiguidade da própria Vila de S. Romão, a traça original da Capela de São Romão deve ter sido inicialmente romana, visigótica e românica, mas do estilo original pouco mais deve restar que a janela que ilumina a capela-mor e a torre sineira.












Os entablamentos da fachada principal e posterior são simples, parecendo renascentistas, que talvez provenham de obras ou modificações feitas nos finais do século XVI ou princípios de XVII .

A Capela foi restaurada recentemente, e tem uma imagem de N. Senhora da Conceição em cortiça.

A lenda de São Romão ou São Romano

A lenda de São Romão surgiu no período de difusão do cristianismo no império romano. Romão foi um soldado romano da guarda do imperador Valeriano (253-260) d.C. e a sua função levava-o a presenciar julgamentos, mas a detenção e suplício do diácono da Igreja de Roma, S. Lourenço, em quem acreditava, levou-o a tornar-se cristão, um culto que as autoridades romanas não toleravam na altura.

A ousadia valeu-lhe uma cruel flagelação e a decapitação no dia 9 de Agosto de 258 d.C. É venerado especialmente em Roma, na basílica de São Lourenço de Extramuros, onde se conserva o vaso de bronze que teria servido no seu baptismo. Festa a 9 de Agosto

A designação de São Romão ficou a dever-se à existência de uma Capela dedicada ao mártir e à volta da qual se foi desenvolvendo o aglomerado populacional que tomou o nome do Padroeiro da capela. 

Curiosidade - Uma relíquia de São Romão encontra-se numa capela da família Terrazzani no principado do Mónaco, onde São Romão é também o santo mais popular e mais venerado. Festejado também no dia de 9 Agosto com grandes festividades na cidade do Mónaco.

Nota - A igreja católica venera ainda mais dois santos com o nome de São Romão: São Romão mártir em Cesareia na Palestina, era diácono e pregava o Evangelho nas ruas, o que lhe valeu ser preso e condenado à decapitação no reinado de Décio, ano 250, ou segundo outros no de Diocleciano, ano 305. Festa a 26 de Março. 

São Romão Bispo de Ruão, nasceu cerca do ano 600 e morreu em 644. Foi intimo de Clotário II( Rei dos Francos ). Segundo uma lenda libertou Ruão ( actual Rouen na Normandia, França ) dos estragos de um dragão monstruoso. Em memória deste feito benemérito, o capitulo de Ruão tinha o direito de perdoar ( no dia da Ascensão de cada ano ) a um condenado à morte, desde que este consentisse em levar aos ombros a caixa das relíquias de São Romão.

S. Romão no ano 2000

Com os seus cerca de cinco mil anos de existência comprovada, como local de povoamento humano, S. Romão prepara-se para entrar no novo milénio com o pé direito.

Igreja nova de São Romão
Modernizando-se rapidamente, muitas vezes em choque estético com o estilo arquitectónico do passado está a crescer com rapidez. Com a sua Igreja nova, escolas, urbanizações, lar de idosos e novos espaços comerciais, é hoje uma terra onde o antigo se mistura com o moderno, preparando-se para os desafios do futuro.

A Banda da Academia de Santa Cecília, de São Romão foi fundada em 16 de Outubro de 1951, e à semelhança das outras bandas do concelho tem escola de música.

Orfeão de S. Romão - Trata-se de uma colectividade bastante jovem que tem levado a cabo diversas actuações na região e que se afirma pela sua juventude e brilhantismo coral.

NOTA - A Igreja nova de São Romão, foi construida graças ao generoso donativo do São Romanense Carlos Monteiro Belo e da sua irmã, que tinha sido sua herdeira, depois da sua morte.

S. Romão turístico

Inserido no Parque Natural da Serra da Estrela, S. Romão tem condições excepcionais para o turismo de montanha. A Torre (1991 metros de altura ), antiga base de radar da Força Aérea ( anos 60 ), fica a menos de 20 Kms de S. Romão, subindo-se pela estrada que passa pela Srª. do Desterro e vai encontrar-se com a estrada Seia - Sabugueiro-Lagoa Comprida - Torre. É uma viagem fantástica, duma beleza paisagística impressionante e sentimo-nos pequenos perante a magestade da paisagem e da massa de granito que nos rodeia. É uma viagem sempre bela, mas diferente , nas diversas épocas do ano.

Sem saír de S. Romão, o visitante pode encontrar alojamento como turismo de habitação na Casa das Tílias, bonita casa senhorial em boa pedra de granito, em estilo neo-renascentista dos finais do século XIX, com bonito jardim e piscina. Em S. Romão há vários restaurantes. Há duas fábricas de queijo de leite de ovelha que é de excelente qualidade.

A 3 Kms de S. Romão, no alto do Crestelo, já perto da estrada de Seia ao Sabugueiro, poderá encontrar um empreendimento turístico tipo turismo rural - A Quinta da Nogueira - simples mas muito acolhedor, com apartamentos desde T0 a T3. Tem parque de estacionamento privativo e serviço de cafetaria, para pequenas refeições de apoio. Contactar Sr. Mário Fonseca - Telef. 238 315 327 e 238 399 277.

São Romão possui comunicação rodoviária directa com as grandes cidades, tem Posto Médico, Colégio, Bombeiros, duas Agências Bancárias com posto de Multibanco, Rancho Folclórico, SuperMercados e um terminal da Beira Rodoviária.

A Força Áerea Portuguesa já utilizou S. Romão para instalar a sua Esquadra nº. 13, Base de Radar instalada no alto da Torre, cujas infra-estruturas ainda hoje existem, mas transformadas em apoio turístico e lojas regionais.

Não deixe de provar o requeijão, especialidade da terra, que pode, por exemplo, ser comido com triga e doce de abóbora ao pequeno almoço. Em algumas ruas de S. Romão ainda passam os rebanhos de ovelhas e os seus cordeiros, que encantam os mais pequenos. É do leite dessas ovelhas que se fabrica o famoso queijo da Serra. Na Senhora do Desterro pode visitar a Cabeça da Velha, imensa pedra de granito com essa forma, os restos do Castro de S. Romão e a Cova da Moura

Guerra do Ultramar - 1954-1974

Honor al Mérito - Mortos em combate de São Romão



A listagem de mortos em combate, naturais de São Romão,  na Guerra do Ultramar de 1954 1974, pode ver-se em :

http://ultramar.terraweb.biz/03Mortos%20na%20Guerra%20do%20Ultramar/LetraS/MEC_245n.pdf


Festas e Romarias em São Romão

Feira de São Pedro (último Domingo de Junho)

Feira Semanal (Domingo) São Silvestre (1 de Janeiro)

São Sebastião (20 de Abril)

Enterro do Senhor (Sexta-feira do Senhor)

São Pedro (último Domingo de Junho) São Romão (9 de Agosto)

Nossa Senhora do Desterro (15 de Agosto)

Site da Junta de Freguesia de São Romão:

sábado, 27 de março de 2010

História de São Romão pelo Dr. Carlos Dobreira

Descrição da Vila

Diz o livro : « Situada no sopé da encosta Noroeste da Serra da Estrela, a 590 m de altitude, entre as bacias do Alva e do Seja, embora mais próxima do primeiro, a actual povoação de São Romão é herdeira de uma longa História da presença humana na região.

O povoamento da área de São Romão começa a ser arqueologicamente detectável a partir do final do terceiro milénio a. C., altura em que se verifica uma primeira presença de pastores na serra, cuja acção se traduz numa desflorestação parcial dos seus andares médio e superior. Consentâneos com esta datagem, na base do Cabeço do Crasto, no Buraco da Moura, foram encontrados materiais que podem representar a presença de gentes que procuravam o acesso tradicional à serra pelo interflúvío do Alva e da Caniça.

Mas, já antes da época referida, existia presença humana na região envolvente, representada nos monumentos megalíticos que constituíam as respectivas necrópoles. Toda esta fase corresponderia a comunidades com grande mobilidade e que iniciariam a prática da transumância de ovi­-caprinos, completada por caça e recolecção e, a partir exclusivamente da chame ira II / III milénio a. C., desenvolveriam metalurgia e mineração, inicialmente do ouro de aluvião em. que a bacia do Alva foi importante e, mais tarde, da cassiterite.

O desenvolvimento da Idade do Bronze terá conduzido a uma intensificação da produção agrícola com a introdução do centeio, atestada para a região a partir do último quartel do II milénio a. C.. Mais uma vez o Buraco da Moura parece poder fornecer dados para compreender melhor a vida destas populações para quem os pastas de verão na serra continuam a constituir um dos atractivos de passagem e eventual fixação local.

Pensamos, aliás, que uma das razões principais para a cons­trução do primeiro povoado que ocupou o topo Oeste do Cabeço do Crasto de São Romão, terá sido o seu total domínio da grande via tradicional de acesso à serra, por entre o Alva e a Caniça, a que se junta o controlo do caminho que virá a ser o seguido pela via romana que pelo vale do Alvoco e Alva seguiria em direcção às modernas Avô, Coja e Arganil, com os respectivos recursos mineiros.

História da Vila

E assim que, nos primeiros séculos do 1 milénio a. C., se fortificam no topo do Cabeço do Crasto os primeiros habitantes de um povoado que irá crescer e alargar-se até abranger, na sua fase de maior expansão, uma área de quase 15 hectares. Aproveitando as excelentes condições naturais de defesa, estas populações do final da Idade do Bronze, dotadas já de uma metalurgia evoluída, pressa­giam, na fortificação do seu estabelecimento, a etapa seguinte da História regional embora não se encontre ainda bem caracterizada, parece bastante possível a continuidade local, de ocupação humana durante a Idade do Ferro.

Nessa época, as áreas montanhosas sobranceiras à actual São Romão seriam solar de Lusitanos, ferozes opositores à penetração romana que, nesta região, só terá sido concluída na segunda metade do século 1 a. C..

A semelhança do sucedido em outros antigos povoados do actual território português, o Cabeço do Crasto não foi abandonado nos primeiros séculos da Era Cristã, mas terá sofrido substanciais transformações: na sua estrutura, passando a conter edifícios de boa cantaria e cobertura em telha; e nas suas funções, passando a enquadrar-se numa mais vasta unidade económica e administrativa, a província romana da Lusitânia.

De entre as diversas transformações operadas pelo processo de romanização, destacaremos duas, pelas implicações de que se revestem para a zona de São Romão: o estabelecimento de uma mais complexa e eficaz rede de comunicações e novo substancial incremento da agricultura. Assim, o velho castro, remodelado, não perdeu, certamente, a sua importância como ponto de passagem obrigatória para a transumância de rebanhos, no seu percurso para as pastagens serranas, mas, mais abaixo, prosperaram outros centros habitacio­nais mais vocacionados para as práticas agrícolas.

No bairro do Casal Novo, já na actual área urbana de São Romão, recolheram-se inúmeros testemunhos de estruturas habita­cionais de época romana, constituindo, eventualmente, o mais antigo estabelecimento humano permanente, nestas zonas baixas, longín­quo antepassado do actual burgo.

No caminho que, do bairro das barreiras, conduz à fábrica velha, entroncando com a moderna estrada que conduz à Senhora do Desterro, existem, algumas parcialmente ocultas pelo alcatrão, grandes lages denunciando a presença de antigo caminho, provavelmente a via romana, que subia à Senhora do Desterro, servia o Cabeço do Crasto, transpunha a ribeira da Caniça por uma ponte ainda existente (com prováveis e sucessivas reconstruções ao longo dos séculos) e seguia por Valezim, Loriga e vales do Alvoco e do Alva, ligando-se ao sistema viário principal, na confluência com o Mondego. (...) »

Do Livro " Personalidades ilustres e Figuras típicas da Vila de São Romão", da autoria do Dr. Carlos Manuel Ribeiro da Silva Dobreira , docente universitário.

Nossa Senhora do Desterro

Nossa Senhora do Desterro

Diz a DGPC - O Santuário de Nossa Senhora do Desterro, na Serra da Estrela, é formado por dez capelas dedicadas a cenas da vida de Cristo e à Sua Paixão, mas também alusivas aos mistérios do Rosário. A origem deste conjunto de capelas radica nas aparições sucessivas da Virgem, do Menino e de São José. Estava-se em meados do século XVII e logo se deu início à construção da capela de Nossa Senhora do Desterro, em memória da fuga para o Egipto.

A crescente popularidade do santuário, que encontrou eco no gosto barroco pelos percursos evocativos da vida e Paixão de Cristo, teve expressão na edificação das restantes ermidas, a expensas dos fiéis e das esmolas que eram deixadas à confraria com a mesma invocação.

Desenvolvem-se numa arquitectura de grande depuração, com algumas fachadas de linguagem barroca, exibindo, no seu interior, imagens ou pinturas relativas ao passo ou episódio a que a capela é dedicada.

Assim, observam-se a Capela de Nossa Senhora da Anunciação, a Capela de Nossa Senhora da Apresentação, a Capela de Nossa Senhora dos Prazeres ou dos Doutores, a Capela de Nossa Senhora da Piedade, a Capela de Nossa Senhora do Encontro, a Capela de Nossa das Dores (Nicho) onde tradicionalmente se diz ter aparecido o menino Jesus, a Capela da Oração de Jesus no Horto e, por fim, a Capela do Senhor do Calvário, onde apareceu, conforme a tradição, Nossa Senhora. Nas suas proximidades encontra-se uma pedra antropomórfica designada por Cabeça da Velha.

A última capela a ser construída foi a da Boa Viagem, que remonta a 1879 devendo-se a sua edificação ao voto de um casal, salvo de um naufrágio.


Do livro "O Culto de Nossa Sra." do Pde. João Marques Lopes ( Publicado em 1942 )

Diz o livro: «A pouco metros da margem do rio Alva e a 3 Kms de São Romão, fica situado o Santuário de Nossa Senhora do Desterro. É tradição que, nestes sitíos, apareceram sucessivamente as imagens de Nossa Senhora, do menino Jesus e de S. José.

A tradição diz que Nossa Senhora apareceu no local onde hoje está a Capela do Senhor do Calvário e o menino Jesus onde hoje está a capelinha de Nossa Senhora das Dores, vulgarmente chamada capela do nicho.

Em 1650, logo após as aparições das Santas Imagens, erigiu-se a Ermida a que foi dado o nome de Nossa Senhora do Desterro. Não obstante ter ali aparecido a Sagrada Família, o Santuário foi dedicado a Santíssima. Virgem sob a invocação do Desterro, aludindo ao seu desterro no Egipto.

Em pouco tempo este Santuário tornou-se um dos mais célebres e as suas romarias das mais concorridas da Beira-Baixa. Com o produto das esmolas dos fiéis, doações. etc., construiram-se mais nove capelas, duma e outra margem do Alva, representando alguns mistérios do Rosário. O local é dos mais aprazíveis da região, pela sua beleza e quietude natural.

Outras Capelas da Senhora do Desterro

Sra. da Anunciação

Esta Capela nada apresenta de extraordinário. Tem apenas a imagem de Nossa Senhora mergulhada em oração.


Sra. da Apresentação

Três magnificas esculturas adornam esta capela. O Santo Velho Simeão, venerado pela sua idade e pelo seu temor a Deus, sustenta em seus braços o Menino Jesus. Nossa Senhora e S. José, de joelhos.

Na frente de S. José está o cestinho com o par de rolas preceituado pela lei para resgate do primogénito.

Sra. dos Prazeres ou dos Doutores

Ao centro, vê-se a imagem do Menino Jesus discutindo com os doutores da Lei. Em tronos, ao longo da Capela, estão sentados quatro doutores que ouvem estupefactos uma criança de doze anos e admiram tão grande sabedoria nesta idade. Um deles, porem, de livro aberto sobre o joelho, parece estar embebido ao estudo das Escrituras e não prestar atenção às lições de Jesus Menino. O povo dá a este o nome de Doutor Teimoso.

Sra. da Piedade
Representa esta capela a descida da Cruz e Maria com o seu filho morto nos braços, já morto. Era aqui que outrora se armava o Presépio em dia de Natal.

Sra. do Encontro
Ao lado da capela de N. Senhora dos Prazeres, vê-se esta capela, também igualmente cheia de simplicidade, representando o quarto Mistérios doloroso do Rosário - Nosso Senhor caminhando para o calvário debaixo do pesado madeiro e o encontro de Sua Santíssima Mãe nesta via dolorosa. Também não tem altar.

Sra. das Dores
Vulgarmente é chamada do nicho. Por isto se supôe ter sido neste lugar a aparição. Ultimamente ( 1942 ) tem estado abandonada. Foi reparada em 1942 e aberta ao culto em Agosto do mesmo ano, sendo então dedicada a Nossa Senhora das Dores. Tem no interior uma pintura da Verónica. Outrora tinha, num nicho aberto na parede, a imagem de São Roque. Neste mesmo lugar foi colocada a imagem de N. Senhora das Dores.

Sra. da Boa Viagem
No largo da ermida há mais esta capela consagrada à Estrela do Mar. Em 1879 José de Brito Freire de Vasconcelos e sua esposa, vendo-se perdidos no mar, junto da Serra Leoa, suplicaram auxílio a N. Senhora da Boa Viagem, bendita Estrela dos Mares. A sua oração foi atendida e, em reconhecimento de graça tão singular, mandaram levantar aqui uma capela sob a invocação de N. Senhora da Boa Viagem. Além da imagem da sua titular tem mais as de Nossa Senhora de Fátima e Lourdes.

Oração de Jesus no Horto

É cheia de simplicidade. Não tem altar. Tem uma pequena elevação de terreno ao centro e no cimo a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo, de joelhos e olhos fito no céu, dirigindo ao Seu Eterno Pai, no Horto das oliveiras, a Sua Oração: « Pai, se é possivel, afastai de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade..» Suspenso do tecto está o Anjo, descrito pelo Evangelista S. Lucas, com o cálice na mão, confortando o Senhor na Sua mortal agonia.

Senhor do Calvário

Finalmente, a uma distancia de 400 metros da Igreja de N. Senhora do Desterro, no alto do monte que domina a vila de São Romão, levanta-se a Capela do Nosso Senhor do Calvário, convidando à meditação do ultimo mistério doloroso do Santo Rosário - a Crucificação. Tem duas imagens: a do Senhor pregado na Cruz e ade Nossa Senhora da Soledade. »


CABEÇA DA VELHA

Do local da capela do Senhor do Calvário, divisa-se um vastíssimo horizonte.


A poucos metros da capela, encontra-se a célebre rocha de puro granito chamada a CABEÇA DA VELHA que todos os turistas admiram, por representar, de facto, as feições duma desdentada velha.


sexta-feira, 26 de março de 2010

São Romão - Origens

Vila de São Romão

São Romão é uma freguesia portuguesa do concelho de Seia, com 17,92 km² de área e 2743 habitantes e densidade de 153,1 habitantes/km²;.

Recostada nas abas da Serra da Estrela, avistando-se o Caramulo a oeste, a seus pés estende-se a várzea da Assamassa, irrigada pelas águas vindas do Rio Alva que, desde 1674, deram força aos "engenhos" moageiros e de manufactura das lãs.

Isso mesmo abonam os seguintes números: as "Memórias Paroquiais de 1758" do padre Luís Cardoso referem 28 moinhos e 11 pisões; em 1789, o "Livro de Varejo (inspecção) dos Panos da Villa de Sam Romam" registava 85 fabricantes. Seis (6) enormes rodas hidráulicas, activas até há quarenta anos, proporcionavam energia a outras tantas fábricas.

Uma delas, fundada em 1858, tem-se mantido ininterruptamente na mesma família.

A cultura do milho era a maior riqueza agrícola desta terra. Mas, nos últimos vinte anos, as pastagens tomaram o lugar dos milharais, e os rebanhos vão pontuando a paisagem que, socio economicamente, é agora completamente diversa

Origens

Há indícios arqueológicos que provam a existência de povoamento, mais de 3000 anos antes de Cristo. Tudo indica que o S. Romão actual teve origem num castro existente no "Cabeço do Crasto". Este monte, devido à sua situação privilegiada, foi conquistado e ocupado pelos Romanos, cujos vestígios ainda são bem visíveis.

Os habitantes do "Crasto" desceram à planície e, dedicando-se à pastorícia e à agricultura, foram povoando as imediações dos terrenos agrícolas, estabelecendo-se preferencialmente na zona de transição entre a montanha e as terras de cultivo.

Mosteiro de Santa Cruz
Tudo isto aconteceu à vista do "monte romano"– o "Crasto". E, como Romão, o santo soldado, também era romano, não é de estranhar que, ao pé do "cabeço romano", surgisse uma povoação com o nome de São Romão.

Há notícia de, em 1057, ter sido reconquistada aos mouros por D. Fernando, o Magno. Em 1106, os pais de D. Afonso Henriques concederam carta de povoamento de S. Romão a dois presbíteros, João e Fafila. Estes, por sua vez, doaram todas as terras que aqui possuíam, e eram muitas, ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Em 1138, D. Afonso Henriques confirma a doação e dá carta de couto da «ermida de S. Romão» ao predito mosteiro. Tendo fundado aqui um convento, os frades de Santa Cruz ocuparam-no em junho de 1142.

Senhor de algumas povoações e vastas terras nesta região, o Mosteiro de Santa Cruz concedeu carta de foro aos habitantes de S. Romão em 1144. Com este primeiro foral, estavam lançados os fundamentos da Vila de São Romão.

Foi sede de concelho entre o século XIII e 1836. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1426 habitantes.

A lei 11-A/2013, extingue a Freguesia de S. Romão e a agrega numa nova freguesia, chamada "união das freguesias de Seia, S. Romão e Lapa dos Dinheiros", com sede na vila de S. Romão.

Fonte Wikipédia

São Romão (Santo)

Romão foi um soldado romano da guarda do imperador Valeriano (253-260) d.C. e a sua função levava-o a presenciar julgamentos, mas a detenção e suplício do diácono da Igreja de Roma, S. Lourenço, em quem acreditava, levou-o a tornar-se cristão, um culto que as autoridades romanas não toleravam na altura.

A ousadia valeu-lhe uma cruel flagelação e a decapitação no dia 9 de Agosto de 258 d.C. É venerado especialmente em Roma, na basílica de São Lourenço de Extramuros, onde se conserva o vaso de bronze que teria servido no seu baptismo.

Protector dos animais!

Ditado popular relacionado com o orago: “ Tem mão cão! Atrás de mim e de ti está o Sr. S.Romão!

Hospedagem em São Romão

Turismo em S. Romão

Inserido no Parque Natural da Serra da Estrela, S. Romão tem condições excepcionais para o turismo de montanha. A Torre (1991 metros de altura ), antiga base de radar da Força Aérea ( anos 60), fica a menos de 20 Kms de S. Romão, subindo-se pela estrada que passa pela Srª. do Desterro e vai encontrar-se com a estrada Seia - Sabugueiro-Lagoa Comprida - Torre. Os roteiros turísticos que se podem fazer a partir de São Romão são inúmeros.

Além dos passeios que se podem efectuar pela Serra, que são sempre viagens duma beleza paisagística impressionante, temos praias fluviais, lagoas, piscinas, ruínas celtas e romanas, e percursos por aldeias e castelos do Portugal medievo. Também são muitas as possibilidades de hospedagem local por esta terra das Beiras.

Casa das Tilias

Sem sair de S. Romão, o visitante pode encontrar alojamento como turismo de habitação na Casa das Tílias, bonita casa senhorial em boa pedra de granito, em estilo neo-renascentista dos finais do século XIX, com bonito jardim e piscina.



Originalmente pertenceu à família Maximiano Faria, e a seu tio o 2º Barão de Alvoco da Serra. Em 1907 entra a Casa na posse plena da família Maximiano Faria que a restaurou e melhorou.

Em 14 de Julho de 1989, foi adquirida pelo Capitão da F.Aérea – José Luís de Figueiredo Lopes, e por sua esposa a Dra. Edite Lopes, a dezanove herdeiros da família anterior proprietária. A Casa apresentava-se num grande estado de degradação, mas este conseguiu, com bom gosto e muita tenacidade, restaurá-la, remodelá-la para o turismo e torná-la num lugar acolhedor e simpático.









Na recuperação da habitação houve cuidado em manter as madeiras originais dos tectos, soalhos e algum mobiliário antigo, de que é exemplo um bonito relógio que enriquece a escadaria central. No salão de estar, torna-se interessante observar o tecto figurado e pintado com a figura da Rainha Santa Isabel e adornado por elegantes vegetais em estuque. Quanto à sala de refeições, sobressaem as louças de porcelana colocadas em três bonitos móveis de canto, encastrados, que remontam à origem da Casa. 

Situados no primeiro piso, a que se acede por uma artística escadaria em madeira, os quartos são espaçosos, havendo num deles, que é uma suite, um tecto pintado com motivos referentes à mitologia, Mercúrio, deus dos viajantes e dos comerciantes.

Quinta do Crestelo

Da recuperação de antigas casas de granito resultou um Aparthotel com 26 apartamentos, salas de reuniões e restauração, que abriu em Abril de 1995 sob a designação de "Quinta do Crestelo"

Este Aparthotel fica situado em plena Serra da Estrela, mais concretamente  em S. Romão - Seia e apenas a 26km da Torre. Resulta da recuperação de antigas casas de granito pertencentes a uma antiga quinta agrícola e tem para oferecer 29 apartamentos (5 T2, 17 T1 e 7 T0). 

Os apartamentos estão bem equipados, tendo uma lareira já com lenha cortada e pronta a utilizar, ar condicionado, kitchnet, televisão e telefone. A nossa escolha foi um T0. A kitchnet serve também de hall de entrada, e apesar de pequena era suficiente para cozinhar refeições para 2 pessoas.

No exterior existem três courts de ténis, um dos quais é polivalente,  três piscinas (duas exteriores e uma interior)  ginásio, um parque de jogos tradicionais, uma parede de escalada, um campo de tiro ao arco e para as crianças um pequeno parque infantil. Existe a possibilidade de efectuar passeios pela propriedade a pé, de bicicleta ou a cavalo. 

A Quinta da Nogueira
A 3 Kms de S. Romão, no alto do Crestelo, já perto da estrada de Seia ao Sabugueiro, poderá encontrar um emprendimento turístico tipo turismo rural - A Quinta da Nogueira - simples mas muito acolhedor, com apartamentos desde T0 a T3. Praticamente ao lado da Estrada de Seia ao Sabugueiro.



Tem parque de estacionamento privativo e serviço de cafetaria, para pequenas refeições de apoio. Contactar Sr. Mário Fonseca Telef. 238 315 327 e 238 399 277.

Casas da Lapa na Lapa dos Dinheiros

Situada numa das encostas da Serra da Estrela, Lapa dos Dinheiros possibilita uma vista tão extensa sobre o mundo quanto os nossos olhos humanos o permitam. Nos últimos anos tem-se desenvolvido surpreendentemente.

A Lapa dos Dinheiros, como todas as freguesias, tem vários locais aprazíveis para serem desfrutados: Buraco da Moura, Buraco do Sumo, Praia Fluvial, O Porto do Boi.

Nos primeiros tempos, a população dedicava-se única e exclusivamente à pastorícia e à agricultura, sendo conhecidos os tradicionais socalcos suportados por enormes muros de granito. Actualmente a agricultura perdeu importância, estando a maioria dos campos abandonados.

No alto de uma aldeia de montanha, as Casas da Lapa sã o um refúgio de requinte e conforto. Com 8 quartos cuidadosamente equipados para proporcionar uma estadia memorável, as Casas da Lapa são uma varanda sobre horizontes extensos.



A gastronomia tem o seu lugar nas Casas da Lapa. Os jantares misturam pratos regionais e contemporâ neos, numa atmosfera intimista. Os hóspedes têm acesso a hidromassagem, sauna, banho turco, bicicletas, giná sio, uma videoteca e internet.

Casas da Lapa
http://youtu.be/0E12rCam25c

quinta-feira, 25 de março de 2010

S. Romão - Roteiros turísticos aconselhados


Subida à Serra pela Srª. Desterro


Podemos visitar a cabeça da velha, que fica no pequeno desvio à esquerda quando se chega à entrada da Srª do Desterro subindo desde S. Romão.
Podem visitar-se as várias capelas ali existentes, o antigo forno comunitário (hoje restaurante típico) , atravessar a ponte sobre o Alva e chegar à Central Eléctrica da Srª do Desterro.

Continuando a subir, passaremos pela cabeça do velho, e no alto, poderá ver-se a Central Eléctrica do Sabugueiro e a própria aldeia, que ainda que a 1.200 metros de altura, parece estar baixa em relação à estrada onde rodamos. É uma viagem encantadora, entre granito e pinhais, e por vezes, vêem-se raposas atravessando as estradas, olhando-nos e parecendo admiradas com a nossa presença.

Aldeia do Sabugueiro


Ao chegar à estrada que vem de Seia para a Covilhã, no Cocharil a 1.300 metros de altitude, há que virar à direita na direcção da Lagoa Comprida, que fica a 1.500 metros. Continuaremos a subir, passando pela fonte dos perus (1.800 metros ), e veremos à direita da estrada, a garganta de Loriga, aberta por um glaciar, as pistas de esqui e chegaremos à Torre.


Lagoa Comprida
Na estrada da Torre para as Penhas da Saúde encontramos a imagem de Nossa Senhora dos Pastores esculpida na rocha de granito.

Nossa Senhora dos Pastores
No alto da Serra, a 1991 metros de altitude, encontra-se o Centro Comercial mais alto de Portugal, instalado nas antigas, mas actualizadas, instalações da Força Aérea. Há um restaurante e várias lojas de artigos regionais. Na Torre, existe um posto da GNR e telefone público. A vista é espectacular, pois na verdade quem aí estiver, está no ponto mais alto de Portugal continental, a 2.000 metros de altura.

Torres do antigos radares da Força área e Capela da antiga esquadra 13
Descemos a Serra pelo Sabugueiro, a aldeia mais alta de Portugal, onde pode comprar-se autênticos cães da Serra e artigos regionais, comer cabrito assado , pão de centeio e queijo da serra.

Continuemos a descida por Seia para voltar a S. Romão. Em Seia pode visitar-se o antigo castelo e igreja matriz, a Igreja da Misericórdia, a capela românica e a biblioteca.


Igreja Matriz de Seia
Seia é actualmente cidade, e foi reconquistada aos mouros por Fernando Magno de Leão no século XI.

Viagem de São Romão à Torre, Penhas Douradas e Manteigas

Seguir pela estrada da Guarda e virar à direita , no cruzamento para Gouveia. Podem visitar-se os jardins, o Museu Abel Manta, o edifício da Câmara Municipal, antigo colégio dos Jesuítas e a biblioteca. Pode almoçar-se no Júlio que é um restaurante excelente para comida típica serrana. Continuemos a subir para as Penhas Douradas.

Nascente do rio Mondego - Mondequinho
Um pouco antes das Penhas pode ver-se a nascente do rio Mondego. Das Penhas pode baixar-se até à barragem do Vale do Rossim, que é uma excelente praia fluvial para a época de Verão. Daí, voltemos para Manteigas, passando pela Pousada de São Lourenço, donde se disfrutará uma excelente vista para o vale.

Praia Fluvial do Vale do Rossim
Visite a vila, a igreja matriz, a biblioteca , À saída de Manteigas, podem ver-se os viveiros de trutas e subindo para a Torre, podemos caminhar ao lado do glaciar de Manteigas, o vale do rio Zêzere, cuja água dá de beber a Lisboa, passando pela Nave de Santo António e Piornos onde fica instalado o Centro de Limpeza de Neve .


Vista de Manteigas
No caminho para a Torre, iremos passar por um túnel, aberto em 1962. Chegamos então à Senhora dos Pastores e Cântaro Magro, um imenso penhasco de granito. Da torre, baixemos pelo Sabugueiro até Seia e depois, até S. Romão.

Viagem de São Romão a Linhares regresso por Melo, Folgosinho e Seia


Siga pela estrada da Guarda até Carrapichana e encontrará o desvio para Linhares. É um local de sonho ! Parado no tempo medieval, com o seu castelo fortemente encastoado no granito, a 810 metros de altitude, as suas ruas estreitas, as suas casas ancestrais em granito, o bairro judeu, os seus arcos e passagens estreitas, parece cenário de filme da idade média.
Castelo de Linhares

A igreja matriz, de traços românicos tem três belas e notáveis tábuas de pintura atribuídas a Vasco Fernandes ( Grão Vasco ). A igreja da Misericórdia, também em estilo românico, o solar dos Pinas , o palácio dos Corte Reais ( actualmente pousada ) e a casa de Brandão de Melo e Correia Furtado, são dignas de visita.



Pousada do Inatel
Linhares foi condado dos Noronhas, condes de Linhares e depois Duques, cantados por Camões num dos sonetos dos Lusíadas, mas que caíram em desgraça quando da restauração da independência, por tomarem o partido de Filipe IV.

A Dama de Pé de Cabra

« À entrada de Linhares da Beira havia uma casa onde residia D. Lopa e sua criada. Esta viúva tinha origem nobre, mas era muito piedosa. Um dia, Stº António bateu-lhe à porta, apresentando-se como mendigo e deixou-lhe um alerta :

"- A sua criada é diabo disfarçado e quer roubar a sua alma. Cubra o chão da cozinha com cinza durante a noite e verá..." Na manhã seguinte havia marcas de bode no percurso feito pela aia! Com um crucifixo, a fidalga enfrentou-a. Esta desapareceu, por magia. Incrédula, a Dama penitenciou-se até morrer.»


Casa da D. Lapa (Lenda )
«A casa transformou-se posteriormente em Albergaria, onde também funcionou o Hospital da Misericórdia , o Hospício e a Roda dos Expostos, sendo actualmente uma residência particular. Exteriormente pareece uma fortaleza, com uma entrada servida por um arco de volta perfeita, encimada por um nicho do Sto António. Na cornija existem duas gárgulas que representam personagems míticas: a cabra e o diabo, que terão sido inspirados dessa lenda.»

Santo António


O visitante, pode sonhar um pouco e sentir-se transportado até à idade média, contemplando os cavaleiros mouros de Zurara e os cristãos cavalgando e combatendo pela posse daquelas terras.

Pode regressar por dentro da Serra, passando por Melo - terra de Virgílio Ferreira - e Folgozinho onde há um excelente restaurante.

Daí chegará a Gouveia, e pode regressar a S. Romão, passando por Moimenta da Serra, Santa Marinha e Seia. No verão há diversas provas de parapente em Linhares.


Viagem de São Romão ao Piódão

Siga de S. Romão pela estrada de Loriga, mas ao chegar à portela do Arão, a 964 metros, no ponto onde a serra passa de granito a xisto, vire à direita e baixe, passando pela bonita aldeia de Cabeça, um presépio incustrado na beleza da serra, até Vide. Saíndo de Vide siga pela estrada do Piódão. É um passeio interessante, para um dia inteiro.

Aldeia de Cabeça
Cabeça é uma aldeia pertencente á União de Freguesias de Vide e Cabeça, concelho de Seia, com 8,55 km² de área e 178 habitantes (2011). Densidade: 20,8 hab/km². Durante muitos anos foi conhecida como São Romão de Cabeça. Pertenceu ao concelho e à freguesia de Loriga.

Elevada a Freguesia por Alvará de D. João VI de 13-01-1800 e em 12-05-1806 oficializaram a desanexação da paróquia de Loriga. A sua população vive em grande parte da agricultura e dapastorícia.

Vista espetacular da Aldeia de Cabeça
Devido à reorganização administrativa do território das Freguesias, foi publicada em Diário da República a lei nº. 11-A/2013, de 28 de Janeiro, que extingue a Freguesia de Cabeça e a agrega á Vide,passando a nova Freguesia a chamar se "União das Freguesias de Vide e Cabeça".

Aldeia de Piódão

Piódão é uma freguesia portuguesa do concelho de Arganil, com 36,57 km² de área e 178 habitantes (2011). Densidade: 4,9 hab/km². A freguesia inclui as seguintes aldeias e quintas: Piódão, Malhada Chã, Chãs d'Égua, Tojo, Fórnea, Foz d`Égua, Barreiros, Covita, Torno, Casal Cimeiro e Casal Fundeiro.

A aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem as tradicionais paredes de xisto, tecto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul. 
O aspecto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”.

Os habitantes dedicam-se, sobretudo, à agricultura (milho, batata, feijão, vinha), à criação de gado (ovelhas e cabras) e em alguns casos à apicultura.

A flora é em grande parte constituída por castanheiros, oliveiras,pinheiros, urzes e giestas. A fauna compõe-se, sobretudo, de coelhos, lebres, javalis, raposas, doninhas, fuinhas, águias,açores, corvos, gaios, perdizes e pequenos roedores.
Igreja matriz e casas em xisto
Actualmente, a desertificação das zonas do interior afecta praticamente todas as povoações desta freguesia. As populações mais jovens emigraram para o estrangeiro ou para as zonas litorais à procura de melhores condições de vida, regressam às suas origens, sobretudo, durante as épocas festivas para reviver o passado e se reencontrarem com os seus congéneres.



Aparentemente remota, até finais do século XIX encontrava-se na principal estrada comercial entre Coimbra e a Covilhã, tendo ficado esquecida após a construção de novas estradas, estando agora a voltar à vida com a ajuda dos fundos da UE.

Em Piódão, aldeia histórica, com as suas casas e ruas em xisto, há vários restaurantes e diversas lojas.


Viagem de São Romão à Igreja de Lourosa


Visite Lourosa, no concelho de Oliveira do Hospital. Lourosa fica 25 Kms de S. Romão, 12 de Oliveira do Hospital, e tem uma igreja moçárabe, a igreja de São Pedro, construída em 912 e reconstruída pelo Estado Novo nos anos 30.


É única no estilo em Portugal e vale a viagem.

Damião Peres na sua edição monumental da História de Portugal, dedica-lhe várias páginas de texto e inclui 13 fotografias e planos, chamando-lhe "monumento notabi-líssimo".

O cemitério escavado por debaixo da igreja é romano, o pórtico é visigótico e no seu interior encontram-se 10 impressionantes arcos românicos em forma de ferradura e um "ajimez" ( janela mourisca ). Infelizmente, e segundo se pode ler nos seus livros de registro, só é visitada por estrangeiros, que segundo o que escreveram, vêm de longe só para a visitar.


Nave central da Igreja - Arcos românicos em forma de ferradura

Quando chegar a Lourosa, toque o sino na torre sineira, para que senhora que cuida da igreja, venha dos seus trabalhos e lhe abra a porta . É interessante a pia baptismal, no chão, à entrada da igreja e que aproveita uma nascente de água natural.

Sarcófagos no granito
Poderá ver sarcófagos abertos no granito, no antigo cemitério da igreja. Leia a pedra que indique o ano de construcção da Igreja - DXXXXV - que em números romanos indicava o ano 950 da era de César, mas que para nós, depois do decreto de D. João I, corresponde ao nosso 912 DC


Pedra do ano de construção da Igreja - DCCCCL (950) Era de Césr - Ano 912 da Era Cristã
Arco de Bobadela

De regresso para S. Romão, pode passar por Bobadela, também no concelho de Oliveira do Hospital, e ver o arco romano de Bobadela, que fica em frente da Igreja Matriz e os restos dum antigo anfiteatro ou coliseu romano.

Arco romano de Bobadela
Antigamente foi da câmara de Linhares e pertencente à Casa do Infantado, que apresentava o prior, o qual tinha de renda 300$000 rs. Foi concelho, tendo dois juízes ordinarios e câmara. A terra é muito fértil e saudável.



Diz o cronista: «Em tempos remotos Bobadela foi cidade, ou pelo menos povoação muito populosa, pelo que se vê em seus arrabaldes, em que se encontram pedras lavradas, colunas e outros objetos antiquissimos em grande quantidade. 
Dentro da vila, ainda existia há anos um arco de pedra lavrada de muita magnificância e antiguidade, que indicava ser porta de muralha. Ignora-se que cidade seria ou por que nome seria conhecida.

A igreja de três naves é muito antiga, assim como a capela do Santo Cristo, que tem a parede feita de arcos hoje tapados, exceto o que serve de porta. Fica perto do adro da matriz, muito extenso, cheio de sepulturas e de grande quantidade de pedras à maneira de marcos lavrados. Aos lados, cabeceiras e pés de todas elas se vêem lavradas cruzes como as das comendas. 

Julgava-se que nas proximidades houve grande batalha contra os romanos ou os mouros, e que tais sepulturas pertencem aos cavaleiros lusitanos mortos na peleja. As contínuas guerras da Idade Média portuguesa destruíram tanto a vila que em 1750 contava somente 78 habitantes. Mas como vila portuguesa, é antiga, pois D. Afonso III lhe deu foral na Guarda em 1256; e D D Manuel I foral novo em Lisboa em 15 de outubro de 1513.

Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 634 habitantes.